Da inutilidade de certas manifestações culturais

Em Belém, onde resido e trabalho, acompanho os desfiles da Semana da Pátria... Pouco pão e muito circo!
As escolas desfilam por alas, como se Escolas de Samba fossem; cada ala um tema; cada tema uma aparente tentativa de resgatar uma discussão importante para a sociedade: meio ambiente, paz, saúde, trânsito, inclusão, esporte etc.
Seria comovente, não fosse risível.

Do not go to school. She's lost ...

Explico minha acidez: é que, a despeito da orientação do MEC quanto aos Temas Transversais (Ética, Saúde, Meio Ambiente, Orientação Sexual, Pluralidade Cultural), o fato é que tais "discussões" somente comparecem como "enredo" para os "quesitos" a serem julgados.
Assim: julga-se a Escola (de Samba?) com melhor bateria, melhor harmonia, melhor evolução, melhores alegorias e adereços, melhores fantasias (?!!), melhor comissão de frente...
O sentido disso tudo? Nenhum.
E ainda que o desfile militarizado guarde muito de um mundo que já deveria estar extinto, o certo é que o formato ora em uso é de caricatural deformidade.
Crianças ao sol, bancando bobos de uma corte em decadência? Talvez seja uma imagem forte, mas é bem assim que vejo.

Das causas e contracausas da decadência da escola.


Um dos mantras mais propagados pela educação contemporânea é o de que a escola somente se sustenta plenamente se considerados quatro pilares: professores, alunos, gestores e pais. Uma rápida observação das escolas que têm conquistado bons resultados no IDEB, dentre outras avaliações, traz à superfície a atuação firme e consistente dos pais. Intromissão pertinente: por que então as escolas públicas demonstram tanta resistência a essa participação?! O fato é que a formação plena da Comunidade Escolar, com agregação dos pais e motivação dos professores, pode (e certamente o fará) levar à grandes conquistas... Enquanto gestores se mantiverem isolados, a escola terá apenas um caminho: o da ruína.

Voltarei a discutir isso mais detalhadamente. 


Uma questão de método...

Que Escola?!
Em 2008, o Investimento Público Direto em Educação por Estudante do Ensino Fundamental, de 5ª a 8ª séries ou Anos Finais, de acordo com o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) foi de R$ 2.946,00.
O que isso quer dizer exatamente? Quer dizer que por cada aluno do segundo ciclo do Ensino Fundamental foi gasto no ano de 2008 quase R$ 3.000,00 (os valores vêm aumentando). Isso representa um gasto de quase R$ 250,00 por mês para cada aluno de Escola Pública.
Agora imagine a seguinte situação: se você, pai/mãe, recebesse do Governo Federal um cheque de R$ 250,00 todo mês, por cada filho, para pagar a escola, que tipo de escola escolheria? Certamente não seria uma em que os professores faltam sistematicamente, em que as salas de aula são quentes e apertadas, com cadeiras muitas vezes quebradas etc.
Nos perguntamos: por que as escolas particulares conseguem ser mais eficientes e propiciar bem mais conforto a seus alunos, com mensalidades menores que essas? Isso pode irritar muita gente, mas a verdade é que tudo passa pelo Método, pela Gestão...
O fato é que a Escola Pública, modo geral, tem recebido recursos suficientes; o que falta é... Gestão Eficiente. E não falo, obviamente, desta ou daquela determinada escola; a falha é, amiúde, geral, com raríssimas exceções. Mesmo porque isso acontece em todos os níveis de ensino e em todo o país. Isso é uma vergonha!
Está na hora de se levar mais a sério esse negócio!

Respirando poesia...

IDEB 2009

Quer saber como anda a avaliação do MEC de seu Estado, de seu Município ou de sua Escola? Consulte o IDEB, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. É fácil! Clique AQUI!

Nebulosa Educação

Domingo cinzento: acúmulo de nuvens.
Penso em minhas crianças e no carinho que recebo delas.
Alegria e angústia: até quando seu futuro será comprometido por professores puramente mecânicos, sem qualquer vontade e compromisso? São tantos os que estão unicamente preocupados com o contracheque ao final do mês...
Talvez seja a hora de contratar, no lugar dos professores das escolas públicas, professores de escolas particulares... não pelos indivíduos, que não raramente são os mesmos, mas pela atitude...
Talvez as máquinas venham nos salvar com sua ausência de discriminação...
De todo modo, sigo com esperança...