Educação e Sociedade

Uma ligeira análise da Educação no Brasil, seguindo um senso quase comum às autoridades em todos os níveis, pode levar à conclusão de que houve nos últimos anos um considerável avanço. Nada mais enganoso. Da educação básica ao ensino superior, há uma flagrante reversão dos indicadores de qualidade que a universalização não consegue justificar.
Na educação básica, a redução nos números da evasão escolar, aparentemente motivada pelos programas de distribuição de renda, tipo “Bolsa Família” e pela sistemática aprovação em massa que assola as escolas de todo país, consegue maquiar os resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), diminuindo o tamanho do vexame.
Mas o bode continua lá, no meio da sala, exalando o mau cheiro do sistema apodrecido. É que as avaliações nacionais de conhecimento, como a Prova Brasil, e as internacionais, como o Programa Internacional para Avaliação de Alunos (PISA), têm resultado verdadeiras catástrofes: nossos alunos mal sabem ler e escrever (apresentando nível reduzido de letramento) e têm dificuldades assustadoras em resolver operações matemáticas básicas.
No ensino superior, programas de incentivo ao acesso, como o Prouni, revelam a perversa face da incompetência instituída. O Prouni é uma farsa, urdida com a aprovação tácita de uma academia repleta de doutores de papel e praticamente sem serventia prática. Resultado efetivo do programa: salas de aula cada vez mais cheias, professores estressados, profissionais despreparados lançados ao mercado como traças desorientadas, faculdades particulares ruins superfaturando o desastroso comércio.
Tudo isso, obviamente, resulta no coronelismo político que se espalha por todo país, com formação (e manutenção) de currais eleitorais de contornos bastante definidos.
Pode parecer catastrófico, mas é pior, bem pior.