2012 : O Ano Extraordinário

 

Apenas para lembrar que a vida é fundamento básico para a unidade cósmica.

De que há alguém no controle.

E que nossos atos, todos eles, têm influência enorme nos destinos da humanidade.

Ainda para lembrar que estamos sempre com o controle de nossas vidas.

E que podemos ser felizes.

Um maravilhoso 2012 a todos!

Estados não cumprem lei do piso nacional para professor

Folha.com

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16/11/2011 - 05h30

 

DE SÃO PAULO

 

Aprovada há mais de três anos, a lei nacional do piso do magistério não é cumprida em pelo menos 17 das 27 unidades da Federação, informa a reportagem de Fábio Takahashi e Luiza Bandeira, publicada na edição desta quarta-feira da Folha (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).

A legislação prevê mínimo de R$ 1.187 a professores da educação básica pública, por 40 horas semanais, excluindo as gratificações.

A lei também assegura que os docentes passem ao menos 33% desse tempo fora das aulas para poderem atender aos estudantes e preparar aulas.

A regra visa melhorar as condições de trabalho dos docentes e atrair jovens mais bem preparados para o magistério.

O levantamento da Folha mostra que a jornada extra-classe é o ponto mais desrespeitado da lei: 15 Estados a descumprem, incluindo São Paulo, onde 17% da carga é fora da classe. Entre esses 15, quatro (MG, RS, PA e BA) também não pagam o mínimo salarial.

O ministério da Educação afirma que a lei deve ser aplicada imediatamente, mas que não pode obrigar Estados e municípios a isso.

A maior parte dos Estados que descumprem a lei disse que vai se adequar à regra.

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação recomendou a seus sindicatos que entrem na Justiça.

Editoria de Arte/Folhapress

Prova Brasil

 

Professor, acesse os cadernos da Prova Brasil e do SAEB 2011.

 

Caderno da Prova Brasil 2011 / Caderno do Saeb 2011

CCJ aprova correção do piso de professor pelo INPC e pelo Fundeb

 

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou há pouco o substitutivo do Senado ao Projeto de Lei 3776/08, que muda a regra do reajuste do piso salarial nacional dos professores da educação básica da rede pública.

O texto aprovado mantém o aumento do piso atrelado à variação do valor mínimo por aluno no Fundeb, mas  acrescenta que o reajuste não poderá ser inferior à inflação, conforme a variação do INPC nos 12 meses anteriores. O reajuste também deixa de ser feito em janeiro e passa para maio.

O relator na CCJ foi o deputado Esperidião Amin (PP-SC), que recomendou a aprovação da matéria. Ele destacou que o projeto é importante porque “nacionaliza o piso dos professores e preserva a carreira do magistério”.

Balanço do Plano Nacional de Educação (PNE) 2001-2010

As metas do atual Plano Nacional de Educação estão longe de ser cumpridas. Confira os resultados e o que esperar da nova versão

Um dos eventos mais importantes de 2010 para o futuro da Educação brasileira foi realizado em Brasília de 28 de março a 1º de abril de 2010: a Conferência Nacional de Educação (Conae), um espaço de discussão sobre os rumos que o país deve tomar em todos os níveis de ensino. Dessa conferência saíram as diretrizes que darão origem ao Plano Nacional de Educação (PNE) de 2011, documento que organiza prioridades e propõe metas a serem alcançadas nos dez anos seguintes. "O PNE traça os objetivos, mas sua implementação é responsabilidade dos diferentes níveis de governo, que precisam criar planos de ação", diz Francisco das Chagas Fernandes, secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) e coordenador geral da comissão organizadora da Conae.

Aí mora o problema: para a versão atual do PNE - que está em vigor desde 2001 e tem encerramento previsto para este ano -, a esmagadora maioria dos municípios e estados não aprovou uma legislação que garantisse recursos para chegar lá nem punição para quem descumprisse as ações previstas por ele.

A União também não ajudou, pois o artigo que recomendava o investimento de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) em Educação foi vetado pelo então presidente, Fernando Henrique Cardoso. “Sem verba definida, não dá para cobrar ações dos governos municipais e estaduais”, argumenta Mozart Neves Ramos, membro do Conselho Nacional de Educação (CNE) e presidente-executivo do movimento Todos pela Educação.

Para a nova versão do plano, as entidades ligadas à Educação defendem que haja a determinação clara da origem dos recursos e da área em que devem ser investidos. Se isso ocorrer, o Plano pode colaborar para a luta por uma Educação pública de qualidade. Caso contrário, vira letra morta já em seu nascedouro, como ocorreu em 2001. Na maioria das 295 metas propostas, agrupadas em cinco prioridades, tivemos resultados abaixo do esperado. “Algumas não são quantificáveis, o que dificulta a fiscalização. No novo plano, queremos ter menos objetivos, e todos numéricos e realizáveis”, diz Fernandes. A seguir, você confere um balanço dos principais indicativos do PNE 2001, com um retrato dos avanços e de onde a situação segue complicada.

Meta: Universalizar o Ensino Fundamental

Plano Nacional da Educação

Em 2008, 2,4% dos brasileiros de 7 a 14 anos ainda estavam fora da escola, uma queda de 1,1% em relação aos dados de 2001. Apesar do avanço e do percentual baixo, os números absolutos ainda assustam: são 680 mil crianças sem estudar – 450 mil delas negras e pardas, a maioria vivendo nas regiões Norte e Nordeste. “Garantir a permanência segue sendo um desafio. É preciso oferecer condições como transporte, alimentação e apoio às famílias”, defende Ramos.

Meta: Implantar o Ensino Fundamental de 9 anos

Plano Nacional da Educação

Aqui, sim, é possível comemorar. Em 2009, 59% das matrículas já foram feitas no novo sistema de seriação (veja o gráfico abaixo). A expectativa é que em 2010 o índice tenha chegado à casa dos 100%. Os especialistas consideram a mudança um marco: com a garantia do ingresso na escola aos 6 anos, as chances de que as crianças cheguem aos 7 ou 8 anos sabendo ler e escrever são maiores do que antes. O grande desafio, mais uma vez, é garantir a qualidade do ensino.


Incluir crianças, jovens e adultos

Enquanto a previsão para 2010 é de 100% de matrículas no Ensino Fundamental de 9 anos, o atendimento em EJA ficou distante do esperado.

Plano Nacional da Educação


Meta: Assegurar a EJA para 50% da população que não cursou o ensino regular

Plano Nacional da Educação

Entre 2001 e 2007, 10,9 milhões de pessoas fizeram parte de turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) (veja o gráfico acima). Parece muito, mas representa apenas um terço dos mais de 29 milhões de pessoas que não chegaram à 4ª série e seriam o público-alvo dessa faixa de ensino. A inclusão da EJA no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) representou uma fonte de recursos para ampliar a oferta, mas não atacou a evasão, hoje em alarmantes 43%.

Meta: Reduzir em 50% a repetência e o abandono

Plano Nacional da Educação

Com prazo de execução até 2006, a meta tinha uma dupla ambição: melhorar o fluxo escolar (reduzindo a chamada distorção idade-série) e garantir a aprendizagem (evitando a progressão automática de alunos que não atingiram as expectativas para cada etapa). No que diz respeito ao abandono, os resultados são bons: entre 2001 e 2007, os índices no Ensino Fundamental caíram de 9,6 para 4,8% (exatos 50%). Mas a reprovacão, por sua vez, aumentou de 11 para 12,1% no mesmo período, mantendo-se num patamar muito elevado em relação aos vizinhos de América Latina e Caribe, que ostentam índices em torno de 4%. A porcentagem de estudantes do Ensino Fundamental com idade acima da recomendada para a série que cursam caiu 35%, mas segue alta: 25,7% (um em cada quatro alunos), segundo dados de 2007.

Meta: Erradicar o analfabetismo até 2010

Plano Nacional da Educação

O programa Brasil Alfabetizado, do Governo Federal, atendeu quase 10 milhões de pessoas nesta década (segundo o PNE, o total deveria ter sido atingido em 2006). Mas, entre 2001 e 2008, a taxa de analfabetismo caiu apenas de 13% (16 milhões de pessoas) para 10% (14,5 milhões). Isso se explica, entre outros fatores, porque o programa atingiu mais analfabetos funcionais (com noções rudimentares de leitura e escrita) do que absolutos – que, de acordo com dados de 2005, representavam só 27% dos inscritos.

Meta: Atender 50% das crianças de até 3 anos e 80% das de 4 e 5 anos

Plano Nacional da Educação

A oferta de vagas na Educação Infantil apresenta duas situações distintas. Enquanto na pré-escola faltam apenas 2,4 pontos percentuais para atingir a meta proposta, na creche somente 17,1% das crianças são atendidas (veja o gráfico abaixo), 33 pontos percentuais abaixo do esperado. “Os estudos têm comprovado como esse atendimento é importante. Afinal, a primeira infância é fundamental para o sucesso escolar e a formação do indivíduo. O grande problema é que uma criança na creche custa mais do que o dobro do que um aluno no Ensino Fundamental, dificultando a abertura de novas vagas”, ressalta Ramos.


Tão perto, tão longe

O acesso à Educação Infantil difere de acordo com o nível de atendimento. Desafio maior é a ampliação de vagas para crianças de até 3 anos.

Plano Nacional da Educação


Meta: Implantar o piso salarial e planos de carreira

Plano Nacional da Educação

O PNE falava em cumprir a meta já em 2001, mas a concretização veio bem depois. O piso se tornou uma realidade apenas em 2009. O valor, que neste ano chega a 1.024 reais para 40 horas trabalhadas, ainda é baixo, mas sinaliza um primeiro passo para aumentar a atratividade da carreira. A mesma lei que criou o piso estipulou que os planos de carreira deveriam ser criados até o fim de 2009. A maioria dos estados já cumpriu a etapa, mas a implementação efetiva ainda depende de aprovação nas assembleias legislativas e câmaras municipais.

Meta: Aprimorar sistemas de informação e avaliação

Plano Nacional da Educação

Com exceção da Educação Infantil, todos os outros níveis de ensino são avaliados pelo MEC (há também aferições em diversos estados e municípios). Destaque para o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), que fornece um retrato da Educação no Brasil.

Professores da rede pública estão em greve em pelo menos oito Estados


Pelo menos oito Estados brasileiros enfrentam greve de professores em redes municipais ou estaduais. São eles: São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, Sergipe, Santa Catarina e Ceará. A porcentagem de escolas paradas varia por Estado e chega a até 70%, no caso da rede estadual de Santa Catarina e no Centro Paula Souza, de ensino técnico, em São Paulo.
A maior parte dos grevistas luta pela adoção de piso salarial estabelecido pelo governo federal, de R$ 1.187,14 por 40 horas trabalhadas, que é o "vencimento básico" da categoria. Ou seja, gratificações e outros extras não entram na conta.

Greve em São Paulo

Segundo o Sinteps (Sindicato de Trabalhadores do Centro Paula Souza), 70% dosprofessores e funcionários das Fatecs (Faculdades de Tecnologia) e Etecs (Escolas Técnicas) estão em greve desde o dia 13 de maio. No total, são 12.475 mil docentes, 250 mil alunos e 249 instituições. Eles pedem reajuste salarial de 56,90% para os docentes e de 71,79% para os funcionários técnico-administrativos. Na segunda-feira (13), os grevistas vão se reunir em assembleia geral para decidir os próximos passos do movimento.

Greve no Rio de Janeiro

Na terça-feira (7), foi decidida a greve por reajuste emergencial de 26% e o descongelamento do plano de carreira dos funcionários administrativos da rede estadual, entre outras reivindiações. O Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação) fala em 65% das escolas paralisadas, enquanto a Secretaria de Estado de Educação diz que apenas 2% dos professores estão fora das aulas. No total, são cerca de 1,2 milhão de alunos nas 1.652 escolas fluminenses, com 80 mil funcionários.

Greve em Minas Gerais

Desde a quarta-feira (8), 50% das escolas estaduais mineiras estão paradas, segundo o Sind-UTE (Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais). A secretaria de educação ainda não tem estimativas do alcance do movimento. Os trabalhadores exigem o pagamento do piso salarial nacional e se recusam a aceitar o subsídio oferecido pelo governo desde o início do ano como parte desse valor. No total, a rede mineira tem cerca de 2,4 milhões de alunos em 4,5 mil escolas e 250 mil professores.

Greve em Santa Catarina

Cerca de 70% das 1.350 escolas estão sem aulas no Estado desde 18 de maio. O principal pedido é a implementação do piso salarial nacional de R$ 1.177. O governo do Estado encerrou as negociações com os professores em reunião nesta sexta-feira (10) e requisitou o fim da greve. O Sinte-SC (Sindicato dos Trabalhores em Educação de Santa Catarina) diz que continuará com as reivindicações. No total, a rede conta com cerca de 40 mil professores e 250 mil alunos. Algumas redes municipais, como a de Tubarão, também estão paralisadas.

Greve no MT

Os professores da rede estadual de Mato Grosso estão em greve desde a última segunda-feira (6) por melhores salários. O movimento continua na próxima semana. A Seduc (Secretaria Estadual de Educação do Mato Grosso) estima que 40% das 724 escolas do Estado estejam paralisadas. Esse número, no entanto, é contestado pela secretária-geral do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso, Vânia Miranda. De acordo com ela, cerca de 90 % das escolas estaduais aderiram ao movimento. 
Eles reivindicam piso salarial único de R$ 1.312 para todos os trabalhadores em educação -- o piso nacional do professor, instituído por lei é de R$ 1.187 por 40 horas trabalhadas.  A Seduc afirma que o aumento do piso salarial para todos os servidores é inviável.

Greve em Sergipe

Pelo menos 300 mil alunos da rede estadual de ensino de Sergipe estão sem aulas desde o início da greve de professores no dia 23 de maio. Em assembleia realizada nesta quinta-feira (9), a categoria se recusou a voltar ao trabalho. Os professores reivindicam reajuste salarial de 15,8%. As aulas foram interrompidas em mais de 90% das escolas e cerca de 13 mil professores aderiram ao movimento, segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe (Sintese). O governo não confirma a informação.

Greve no Rio Grande do Norte

No Rio Grande do Norte, a greve de professores da rede estadual completou 43 dias nesta sexta-feira (10). De acordo com a assessoria de comunicação do governo, das 710 escolas estaduais, 335 estão fechadas.  A principal reivindicação dos professores é que seja feita a revisão de plano de carreira e equiparação salarial ao piso dos funcionários públicos estaduais, que é de R$ 2.550 em início de carreira, enquanto o dos professores é de R$ 937.

Greve no Ceará

A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT-CE), ameaçou suspender o adiantamento de 40% do 13º salário dos professores da rede municipal para os profissionais que mantivessem a greve. A declaração foi dada a uma emissora de TV local sobre aparalisação chega nesta sexta-feira (10) a 45 dias. Ela também prometeu entrar na justiça para pedir a ilegalidade da greve.
De acordo com a secretária geral do sindicato, Ana Cristina Guilherme, cerca de 96% da categoria aderiu à greve. “Não houve avanço. Tivemos a informação que a prefeita tinha enviado um Projeto de Lei para a Câmara (dos vereadores) e adotava o piso de R$ 1.187 para o nível superior”. A defesa do sindicato é que o valor burlaria a Lei nº 11.738, que regulamenta a remuneração mínima e afirma que os trabalhadores em jornadas diferentes das 40h semanais devem ganhar salários "proporcionais" ao piso.
* Com reportagem de Angélica Feitosa (Fortaleza), Carol Guibu (Recife), Thiago Minami (São Paulo) e Valéria Sinésio (João Pessoa) 

10 dicas para organizar uma festa junina educativa

É possível fazer uma festa junina legal e ainda comprometida com a aprendizagem das crianças e dos adolescentes

Educar



Foto: barraca da pescaria

     Pé de moleque, canjica, curau, pamonha, bolo de milho, quentão, bandeirinhas, fogueira, chapéu de palha, sanfona e arraiá. Sim, estamos falando de festa junina. Todo mês de junho é assim: tiramos do armário as camisas xadrez e os vestidos de chita, pintamos sardinhas nas meninas e bigodinhos nos meninos e vamos satisfeitos para a festa na escola, pensando em todos os quitutes deliciosos que nos aguardam.
    Esquecemos o principal: o significado da festa. Você conhece as origens das festas juninas? Sabe por que comemos tantas iguarias de milho e de onde vêm as danças? E o colégio do seu filho, aproveita as festas juninas para preencher buracos na grade horária e engordar o caixa ou utiliza os festejos para ensinar alguma coisa para as crianças?
     Embora seja uma tradição consagrada e rica da cultura popular, muitas escolas organizam festas de São João, Santo Antonio e São Pedro que pouco, ou nada, contribuem para a aprendizagem dos alunos. O Educar Para Crescer consultou alguns pedagogos e um antropólogo e elencou algumas dicas para garantir que a sua festa junina seja uma verdadeira aula.

1- Procurar o sentido original da festa:
Qual a origem da festa junina? Descobrir isso pode ser o primeiro passo para a contextualização da festa. E é importante motivar os alunos a buscarem esta resposta. Saber que a tradição vem dos festejos de agradecimento aos santos pela colheita do meio do ano e que, por isso, a maioria dos quitutes é feita de milho, por exemplo, pode despertar neles o interesse pela história. "É necessário recuperar o porquê da tradição da quadrilha, das comidas, da fogueira, para que a festa junina não vire uma mera caricatura do mundo da roça", diz o antropólogo Jadir de Morais Pessoa, professor titular da Universidade Federal de Goiás, especialista em folclore.

2- Descaricaturizar  o homem do campo:
Homem do campo não é Jeca Tatu. É importante apresentar o campo de uma nova maneira. Tirar o olhar de deboche sobre o caipira, manifesto muitas vezes pelas roupas exageradas ou por posturas imbecilizadas. "Trazer uma pessoa da roça para contar dos saberes, descaricaturizar o homem rural. Festejá-lo como sujeito portador de saberes", indica o antropólogo Jadir de Moraes.


3- Resgatar as manifestações culturais:
Um dos elementos mais importantes das festas juninas são as danças e as músicas populares. Muitas escolas contratam profissionais especializados em cultura popular para valorizar e aprofundar esse universo e desenvolver com os alunos as danças e as canções típicas. Elas não se limitam a contratar sanfoneiros e conjuntos para meras apresentações, fazem mais: colocam os alunos para dançar e até para criar as músicas. "No colégio Vera Cruz, trabalhamos há 10 anos danças típicas de todo o Brasil. As crianças de 5 anos apresentam a "Congada", dança de Minas Gerais; as de 6 anos dançam o "Bumba meu Boi", do Maranhão; e as de 7 anos fazem a tradicional quadrilha", conta Elizabeth Menezes, professora de educação corporal do colégio Vera Cruz. 
A festa junina pode ser ótima oportunidade também para apresentar novos instrumentos musicais para as crianças. 
No Vera Cruz, a professora traz instrumentos folclóricos como a caixa do Divino Espírito Santo, a matraca, os gungas e os chocalhos. "O mais lindo é ver o quanto as crianças aprendem. Esse ano um aluno criou uma música que nós vamos utilizar na dança: "Um triângulo, dois quadrados, céu e terra, sol e chuva formam o planeta terra de todo mundo", emociona-se a professora, cantando a canção do aluno Theo Vendramini Sampaio, de 5 anos.


4- Envolver os estudantes no assunto:
Como motivar os estudantes e trazê-los para o projeto? A escola Viva, de São Paulo, utilizou, neste ano, um recurso muito simples: fixou painéis por toda a escola. Os cartazes, confeccionados pelos próprios alunos, traziam curiosidades e atraiam a atenção para o evento. "Foi uma maneira de despertar a atenção nos mais novos. Os painéis traziam informações do tipo: você sabe por que tem fogueira na festa junina? Além disso, traziam fotos dos professores em festas juninas, quando crianças. A brincadeira era adivinhar quem era o professor", disse Marta Campos, coordenadora geral do Ensino Fundamental I da Escola Viva.


5- Trazer os alunos para a preparação da festa:
As festas juninas escolares devem ser feitas por e para os alunos. O objetivo é estimular o senso de autonomia e de cooperação, reforçando a importância do trabalho comunitário na escola. Para isso, é importante envolver os estudantes em todo o processo, desde a confecção dos estandartes e bandeirinhas à organização das brincadeiras. "Todos os alunos estão envolvidos na organização da festa. Mas alguns têm responsabilidades maiores. Eles coordenam os preparativos, fazem reuniões com a diretoria, apresentam relatórios e tem autonomia para decidir", afirma Wanilda Tieppo, assistente de direção da escola da Vila.


6- Associar o conteúdo escolar à festa:
A preparação da festa pode e deve estar atrelada ao conteúdo aplicado em sala de aula. Na escola Oswald de Andrade, por exemplo, cada classe é responsável por uma barraca e cada barraca apresenta transversalmente o projeto trabalhado em classe. "A turma que está estudando os alimentos, por exemplo, preparou uma barraca relacionada ao assunto", destaca Roberta Ferrari Rodovalho, coordenadora assistente do Colégio Oswald de Andrade, de São Paulo.


7- Valorizar o brincar:
Uma das tradições da festa junina são as brincadeiras: pescaria, boca do palhaço, jogo da argola, corrida de sacos, pau de sebo, entre outros. Os jogos juninos são a grande diversão da garotada e podem ser uma boa maneira de transmitir valores de cidadania para os alunos. Dois bons exemplos de valorização do lúdico acontecem nas escolas Vera Cruz e Oswald. Na primeira, as próprias crianças são responsáveis pela confecção das prendas. "Elas fazem colares, cadernos, trabalhos em argila e todo tipo de brinquedos. Vale tudo, o importante é a participação", diz Elizabeth Menezes. Já no Oswald, não há brindes para os vencedores. "O objetivo é estimular a brincadeira pela brincadeira", conta Roberta Ferrari Rodovalho, coordenadora assistente do colégio Oswald de Andrade, de São Paulo.

8- Estimular a participação da família:
A participação dos pais e familiares é importante para as festas juninas em vários aspectos. Para começar, quando comparecem os pais estimulam a criança e reforçam a auto-estima. Mas eles também podem contribuir na organização. No Colégio Oswald de Andrade, por exemplo, os pais conjuntamente com os filhos são convidados a preparar e a trazer os comes e bebes. "A participação dos pais é muito importante para nós. Cabe a eles trazer as comidas, que ficam todas dispostas em uma mesa. O lanche é comunitário, não tem custo, é só chegar e pegar", diz Roberta Ferrari Rodovalho, assistente de direção do Colégio Oswald.


9- Não fazer a festa no horário das aulas:
É muito importante não atrapalhar a rotina e a programação escolar por causa da festa. A começar pela escolha da hora e da data do evento. Não pode ser no horário letivo. O melhor é fazer aos sábados, domingos ou depois das aulas. "Nunca fazemos nossas festas em período letivo, temos um programa a seguir e não descumprimos. As festas juninas acontecem sexta-feira à tarde, único dia da semana que não funcionamos em período integral", explica José Carlos Alves, diretor do Colégio de Aplicação do Pernambuco, escola pública com a segunda melhor média no Enem e 14ª colocada no ranking nacional.


10- Não usar a festa para arrecadar  dinheiro:
A festa junina não pode ser apenas um pretexto para se arrecadar dinheiro para melhorias na escola. Precisa se auto-sustentar, é claro, mas não precisa gerar lucro. Algumas escolas, como a escola da Vila, em São Paulo, preferem utilizar a festança para juntar recursos para instituições de caridade. "Não cobramos entrada. Pedimos para que as pessoas tragam doações, que repassamos à ONGs que ajudam pessoas carentes. Em 2008 e em 2009, estamos arrecadando utensílios de higiene e roupas para uma instituição que auxilia moradores de rua", disse Wanilda Tieppo, assistente de direção da escola da Vila.
http://educarparacrescer.abril.com.br

Sobre as causas da crescente diferença entre escolas públicas e privadas

 

Conforme o post abaixo, publicando reportagem do portal UOL, tem crescido a diferença entre o desempenho de escolas públicas e privadas. Suas causas, aparentemente complexas, podem ser vistas e apontadas até com certa facilidade. Resumindo, passa essencialmente pela gestão, pelo mau espírito de determinada visão do serviço público e pelo(perverso) corporativismo que logra colocar sob tapetes muita sujeira que jamais existiria na escola privada.

Estou trabalhando nesse artigo. Em breve.

Cresce diferença entre escolas públicas e privadas

 

O fosso que separa as escolas públicas das privadas no País aumentou nos últimos três anos. A distância entre as pontuações obtidas pelos estudantes das duas redes, que chegava a 109 pontos em 2006, cresceu e atingiu até 121 no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) 2009. Mais do que pontuações diferentes, os números indicam níveis de conhecimento distintos em leitura, matemática e ciência.

Isso quer dizer que enquanto o aluno que estuda numa escola particular alcança 519 pontos em média - o nível 3 na escala de proficiência (patamar considerado razoável pelos organizadores da avaliação) -, o da pública (federal, estadual e municipal) faz 398 pontos e não sai do primeiro nível de desempenho.

Em outras palavras, com 15 anos, os alunos das escolas particulares conseguem ao menos ler um texto e extrair sua ideia principal, identificando argumentos contraditórios e pouco explícitos. Também são capazes de relacionar informações com situações do cotidiano. Estudantes da rede pública só entendem informações explícitas e não são capazes de perceber trechos mais importantes numa leitura.

A exceção nessa comparação fica por conta da rede pública federal, um conjunto pequeno de ilhas de excelência mantidas pelo governo federal que organizam todos os anos processos seletivos bastante disputados entre estudantes - e acabam ficando com os melhores alunos. A pontuação deles está próxima da média dos países desenvolvidos.

Em matemática e ciências, a discrepância continua - e também registra aumento. Em 2003, a diferença de pontuação em matemática era de 109 pontos. Em 2006, saltou para 117 - com os estudantes de toda rede pública incapazes de realizar operações com algoritmos básicos, fórmulas ou números primos.

Em ciências, foi de 107 para 115 a diferença de pontuação entre as redes. Nos dois casos, a distância representa mais de um nível de proficiência na escala de conhecimentos. No nível 1, alunos da rede pública não conseguem explicar como ocorrem fenômenos cotidianos, como ciclo da água na natureza.

 

Repetência

Cerca de 40,1% dos alunos brasileiros repetem ao menos uma série durante a escolaridade básica. O índice do Brasil só é menor que o da Tunísia, que tem 43,2%, e o de Macau, o primeiro lugar, com 43,7%. A repetência de séries é um dos maiores problemas do sistema educacional dos países mais pobres, como é o caso do Brasil. Entre os países mais ricos, é muito raro utilizar a repetência como mecanismo do sistema de ensino. É o caso do Japão, Coreia e Noruega, onde essa mesma taxa é de 0% - o que significa que não há alunos repetindo séries.

No Brasil, a questão é complicada porque há dois tipos de sistema: o seriado e o de ciclos, este também conhecido como progressão continuada. No primeiro, existe uma idade teórica adequada a cada série. Ou seja: o currículo é organizado de modo que disciplinas devem ser cumpridas em um certo período de tempo - denominado série.

Na progressão continuada, não há repetência ano a ano. Os ciclos substituem as séries tradicionais e o aluno só pode ser reprovado ao fim de duas, três ou quatro séries. No ensino fundamental, há dois ciclos - 1.º a 5.º ano e 6.º ao 9.º - e a reprovação só ocorre ao fim dessas etapas. O sistema está previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação.

A introdução dos ciclos no ensino fundamental dividiu especialistas: alguns enxergavam como uma tentativa de mascarar o problema da repetência, já que não retém as crianças, mesmo que elas não aprendam nada; outros, como um avanço para garantir a permanência e o aprendizado dos alunos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

In: http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/12/08/cresce-diferenca-entre-escolas-publicas-e-privadas.jhtm

Quase metade dos alunos brasileiros de 15 anos não atinge nível básico de leitura no Pisa

 

Apesar de o país ter atingido a média de 412 pontos em leitura no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) 2009 - o que equivale ao nível 2 de proficiência - 49,6% dos 20 mil brasileiros avaliados estão em níveis de proficiência menores. O nível 2 é considerado como básico ou moderado pelo exame.

Leitura completa em:

http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/12/09/quase-metade-dos-alunos-brasileiros-nao-atinge-nivel-basico-de-leitura-no-pisa.jhtm

A função social da escola

 

O homem novo, aquele que se desenha nesse início de século XXI, enfrenta desafios que se mostram extraordinários – principalmente em países periféricos, quais sejam aqueles em que as condições estruturais agravam as questões metafísicas.

Dentre os problemas mais graves, dois se destacam no Brasil, principalmente por serem intercambiáveis: a violência urbana e a educação. Necessitamos então de alguns “olhares” que tornem possível a compreensão de sua natureza.

Primeiro olhar: ausência de ética, considerada como “conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade[i]”. Decerto, ainda que haja um flagrante aumento de religiosidade no país, com frequentes manifestações e assunções diversas, a progressão constante da violência, em todos os seus matizes, provoca desânimo e sensação de impotência.

Essa aeticidade se dá, entre outros fatores, por um recrudescimento de uma classe política distante da sociedade organizada – em que aparentemente a mudança da capital parece ter tido papel importante – com recorrentes escândalos de desvio de finalidade dos três poderes, em que a corrupção ganha destaque.

Além disso, uma mal compreendida liberalidade nas relações familiares provocou uma perda do princípio de autoridade, levando a um progressivo surgimento de gerações cada vez menos comprometidas com valores familiares, derivando para um descomprometimento geral com os valores da sociedade.

Um pouco além, a sociedade de inovação tecnológica provoca uma sensação constante de dejà vu, como se nada fosse anormal ou impossível. Isso leva, principalmente os jovens, a uma impressão de potencialidade máxima e, no limite, a certa irresponsabilidade: já que tudo é possível, todas as falhas podem ser, a bel-prazer, consertadas.

Segundo olhar: ausência de esperança.

Se a sociedade de inovação tecnológica, para além da sensação de dejà vu, consegue levar o homem a uma situação de progresso que atinge mesmo as classes menos favorecidas – e a expansão do uso de telefonia móvel é disso bom exemplo –, nem por isso foge à regra que estabelece que se todo mal traz algum bem embutido, todo bem traz também em seu bojo algumas mazelas.

As mazelas da sociedade tecnológica são visíveis e não poucas; a principal, porém, é a evaporação das vagas de trabalho (descontando-se aí as novas que surgem, mas trazem a exigência de qualificação que foge ao padrão dos países ainda atrasados, como o nosso).

Com a inevitável formação de um enorme exército de desempregados (ou subempregados), a conta tende a ser paga por aqueles que estão na base da formação de mão-de-obra, qual seja a dos jovens de classes menos favorecidas que, sem qualificação e sem experiência, terminam por se submeter à informalidade ou, no extremo, ao crime – organizado ou não.

Isso leva a um terceiro olhar: o da criminalidade crescente.

Mais preocupante até do que a sensação de aumento dos níveis de violência – note-se que os números oficiais indicam redução gradativa – é o fato de que a criminalidade se apresenta com forte indicativo etário: são os jovens, em sua maioria, que estão compondo essa parcela marginal da sociedade.

Dentre os jovens, e descomprometidos com a sociedade pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, os adolescentes têm formado outra mão-de-obra, base do crime organizado, e têm recheado as estatísticas da violência urbana. Afinal, difundiu-se o dogma de que aquele sujeito é praticamente inimputável, passível – mesmo nos casos mais extremos – de medidas socioeducativas que não correspondem à dimensão dos delitos que cometem.

Daí que a sociedade esteja amiúde acuada; e as famílias, reféns da ausência de ética que regula as relações sociais, estejam sem esperança. O reflexo é a violência, que se torna a ordem do dia: em uma sociedade de espertos, vence aquele que ousar mais, movimentar-se antes e usar toda malícia possível.

Chegamos então a um ponto fundamental: o da importância da função social da escola, tema desse artigo.

Não obstante a necessidade de políticas públicas de fortalecimento da família, com a possível formação de grupos de discussão das práticas cotidianas desse microcosmo, a escola comparece como um elemento essencial na formação plena do indivíduo.

Supomos que a escola do século 21 não pressupõe apenas o papel de espaço de ensino-aprendizagem; antes, está carregada de uma simbólica representatividade: é ali que o ser ganha dimensão, construindo sua personalidade, dotada ou não de plenitude.

É na escola que a criança se depara não apenas com rudimentos do saber, construindo competências e habilidades, mas antes adquire consciência de si mesmo, estabelecendo normas de participação na sociedade e de sua relação com o outro.

E por mais que esta seja uma figura que perde relevância (fundamentalmente por sua filiação a velhas práticas de uma escola ultrapassada), o professor ainda exerce uma influência que precisa ser devidamente dimensionada.

O professor, núcleo vivo e essencial da escola, serve de modelo e inspiração a meninos e meninas, e tão mais profundamente quão seja a menor idade de seus alunos.

Daí que a escola não possa prescindir de métodos de escolha e avaliação para composição de seus quadros.

O mau professor, qual seja aquele que literalmente enrola em suas aulas, acumula faltas, age rotineiramente de modo grosseiro e não demonstra apreço pelo que faz, indica ao seu discípulo que essa é uma prática aceitável.

Por isso, pretendemos que a escola do século 21 tenha em sua composição docente elementos que passem por rigorosas pré-avaliações, aquando de seu concurso para o magistério, e sejam constantemente avaliados em suas práticas.

A escola, como no poema de Alejandro T. Gomes, não pode perder de vista que é “honra do homem proteger o que cresce”; e a humanidade somente chegará a níveis bons de civilização quando souber criar as condições necessárias para constituição de sujeitos realmente plenos, dotados de ética, de esperança e sem qualquer liberalidade quanto à violência.

O professor, elemento-chave nesse processo, deve ter em vista que seu papel é determinante, que sua função social (que se confunde com a escola) é a de maior, inquestionavelmente maior, importância para a sociedade.

No momento em que a escola, organismo vivo dotado de um sentimento comum, e o professor, condutor de suas práticas, assumirem a grandiosidade de seu papel na construção de uma sociedade mais fraterna, justa, comprometida com a ética e repleta de bons valores morais e religiosos, teremos um tempo novo, com o homem do século 21 realmente se fazendo presente em nosso país.


[i] Cf. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa.

Função Social da Escola (prenúncio)

Candido Portinari. Menino e Canavial
A esta hora exatamente / há uma criança na rua. / É honra do homem proteger o que cresce, / cuidar que não haja infância dispersa nas ruas. / Evitar que naufrague / seu coração de barco, / sua incrível aventura de pão e chocolate. / Transitar seus países de bandidos e tesouros / colocando uma estrela no lugar da fome. / De outro modo é inútil / ensaiar na terra a alegria e o canto, / de outro modo é absurdo / porque de nada vale se há uma criança na rua... / E a esta hora exatamente há uma criança na rua. (Armando Tejada Gomez)

Ensaios 21 - Política e Atualidades

Em meu último post, fiz referência à "tendência fascista que a passos largos se apossa do país". Houve quem me questionasse, pedindo uma mais elaborada análise. Daí a criação, para alguma ousadia na área de Política e Atualidades, do blog Ensaios 21 (http://ensaios-21.blogspot.com). Fica aqui meu convite e meu agradecimento pela visita.

O Quarto Elemento



O Brasil, estranho continente fincado à força na América, padece de muitos males; todos em grau superlativo: Educação, Saúde, Segurança Pública, Transportes, Infraestrutura. Dentre esses, considerada primeiramente a tendência “fascista” que a passos largos se apossa do país, a Educação precisa ser urgentemente equacionada. 
A violência nas escolas, em seus múltiplos aspectos, revela tão-somente um ângulo da complexa estrutura.
Uma breve desconstrução do processo nas escolas públicas: professores desmotivados e, no mais das vezes, sem convicção quanto às finalidades pedagógicas; alunos oriundos de comunidades marginais, onde a violência da miséria determina o rumo de suas vidas; servidores, não raramente terceirizados, sem o mínimo preparo para o lugar que ocupam; pais absolutamente desorientados. 
Apenas que não se trata aqui da pura desconstrução, sujeita aos rigores críticos de vazio epistemológico, como denunciado foi muitas vezes Jacques Derrida. 
Uma primeira proposta – e retomo, por promessa, o post Das causas e contracausas da decadência da escola – é a da imediata mudança de atitude desta em relação àqueles que representam o quarto elemento da comunidade escolar, qual seja, depois de professores, alunos e gestores, os pais. 
Uma estreita e harmoniosa relação entre a escola pública e os pais pressupõe o desenvolvimento de novas ferramentas de aproximação e encantamento; algo além das reuniões, pontuais ou esporádicas, feitas sempre com objetivos imaculadamente técnicos, voltados mais a uma “prestação de contas” do comportamento e do desempenho do aluno e que não foge à habitual superficialidade. 
Mas quais são essas ferramentas? As idéias são muitas. Sugiro, por ora, três: 
Uma: criação, via grupo de trabalho institucional, de canal permanente com os pais, para que os mesmos estejam constantemente informados da rotina escolar – e tal canal deverá utilizar as diversas mídias disponíveis, sem informatofobias ou informatolatrias. 
Duas: concretização, sem subterfúgios ou manobras evasivas, do dispositivo legal que dispensa aos pais vagas no Conselho Escolar. 
Três: elaboração, com o coletivo de pais, de plano de trabalho anual para pais com disponibilidade de tempo, em regime de voluntariado. 
Os resultados esperados? Pais comprometidos com a escola (e com a educação) de seus filhos; alunos estimulados pela refundação do espaço tão essencial às suas vidas, com melhor auto-estima; professores menos tensos – pela esperada diminuição dos índices de violência – e mais dispostos pelo ambiente propiciado. 
A escola, como lugar privilegiado de desenvolvimento da criança e do adolescente, necessita urgente derrubar os altos e densos muros com que parece se proteger da comunidade de seu entorno. A presença dos pais, com suas complexas peculiaridades, pode ser o passo necessário para que a profunda revolução aconteça.

Educação e Sociedade

Uma ligeira análise da Educação no Brasil, seguindo um senso quase comum às autoridades em todos os níveis, pode levar à conclusão de que houve nos últimos anos um considerável avanço. Nada mais enganoso. Da educação básica ao ensino superior, há uma flagrante reversão dos indicadores de qualidade que a universalização não consegue justificar.
Na educação básica, a redução nos números da evasão escolar, aparentemente motivada pelos programas de distribuição de renda, tipo “Bolsa Família” e pela sistemática aprovação em massa que assola as escolas de todo país, consegue maquiar os resultados do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), diminuindo o tamanho do vexame.
Mas o bode continua lá, no meio da sala, exalando o mau cheiro do sistema apodrecido. É que as avaliações nacionais de conhecimento, como a Prova Brasil, e as internacionais, como o Programa Internacional para Avaliação de Alunos (PISA), têm resultado verdadeiras catástrofes: nossos alunos mal sabem ler e escrever (apresentando nível reduzido de letramento) e têm dificuldades assustadoras em resolver operações matemáticas básicas.
No ensino superior, programas de incentivo ao acesso, como o Prouni, revelam a perversa face da incompetência instituída. O Prouni é uma farsa, urdida com a aprovação tácita de uma academia repleta de doutores de papel e praticamente sem serventia prática. Resultado efetivo do programa: salas de aula cada vez mais cheias, professores estressados, profissionais despreparados lançados ao mercado como traças desorientadas, faculdades particulares ruins superfaturando o desastroso comércio.
Tudo isso, obviamente, resulta no coronelismo político que se espalha por todo país, com formação (e manutenção) de currais eleitorais de contornos bastante definidos.
Pode parecer catastrófico, mas é pior, bem pior.